quinta-feira, 9 de setembro de 2021

CAMINHONEIRO NÃO PRECISA DE "RAINHA"... TEM "MITO"

   


    "E vai e vem não tem parada traz uma carga de saudade na chegada
    E vem e vai mais uma jornada e a minha vida vai com ele nessa estrada."

    São versos da música "Caminhoneiro do Amor" cantada por Sula Miranda, que um dia já foi batizada de "Rainha dos Caminhoneiros". Era 1986, o Brasil voltava para a redemocratização depois de 21 anos de ditadura militar. José Sarney era o presidente que prometia um "país melhor" para "brasileiras e brasileiros..." com o Plano Cruzado.
    Dá pra dizer que era um período até de uma certa "ingenuidade" para essa categoria profissional (assim como para a maior parte do país). A "preocupação" da rapaziada da boleia era comprar os LPs (quem é bem jovem nem sabe o que é isso...) da "rainha". A venda do disco com "Caminhoneiro do Amor" disparou, sem freios. Tinha a preferencial na vida desses motoristas: Foram 250 mil discos vendidos em apenas dois meses.
    De lá pra cá, muita coisa mudou. Vieram 8 presidentes. E por "caminhos tortos" (ou não...) os caminhoneiros "descobriram" que tinham força politica e meios pra parar o país. Bora lembrar que a última grande paralisação desses profissionais foi em maio de 2018, no governo do golpista Michel Temer. Foram 10 dias - que abalaram a economia - de braços cruzados. 
    Há casos em que um comandante do movimento quer, em verdade, tirar proveito político da situação. Assume o caos para "negociar lá na frente", com o governo, e ganhar destaque de forma política. Também há situações nas quais há quem afirme que uma paralisação assim pode nascer dentro do próprio Palácio do Planalto. Como é o que acontece agora. Motivo? Bagunçar o cenário politico/econômico pra baixar medidas de repressão. 
    Sabemos que, agora em setembro de 2021, caminhoneiros protestam fechando rodovias em pelo menos 15 estados. Dessa vez, o Messias diz que "não tem nada a ver com isso". Num áudio ele "pediu" a liberação de estradas porque os bloqueios "atrapalham a economia".
    Os motoristas são "cirúrgicos" na manifestação. Sabem que travando o transporte de combustíveis, por "efeito cascata", o país vai parando sem ter gasolina e álcool. 
    O protesto veio no embalo dos discursos golpistas justamente do Messias que nega ter "colocado gasolina aditivada" na bronca dos motoristas de caminhões. Mas não é o que eles dizem: "Compraram" a fala golpista do capitão cloroquina de que o "STF atrapalha o país" e querem o afastamento de ministros da suprema corte.
    No meio dessa estrada de caos ficamos todos nós. Não queremos um mito louco. O "poder moderador" da "rainha" poderia acalmar o ânimo dos caminhoneiros. Mas ela já "abdicou da coroa" faz tempo.