sábado, 16 de outubro de 2021

O "STREAMING" DO STREAMING

    


      A TV a cabo surgiu comercialmente nos Estados Unidos em 1972. O canal pioneiro foi o HBO. No Brasil, foi uma empresa francesa (Canal +) que lançou o serviço em 1990.  Primeiro no Rio de Janeiro e em São Paulo. Durante a década de 90 e na primeira década dos anos 2000, o mercado foi dominado basicamente por duas empresas: TV A (do Grupo Abril) e NET (do Grupo Globo). A TVA acabou em 2012 quando foi comprada pela Telefónica espanhola que lançou a TV VIVO, e a NET foi comprada pela Claro, com a Globo ficando com uma minoria acionária para manter a programação no cabo.
    Curioso lembrar que, pelo menos no Brasil, a "TV por assinatura" - como também é chamada - chegou com a promessa de ter uma programação "sem intervalos comerciais", porque o assinante já pagaria para ter o serviço. E a gente sabe que não é isso o que aconteceu. Aos poucos esses canais foram ganhando cada vez mais publicidade e hoje parecem "TV aberta"  que você paga por ela...
    Podem ter acontecido duas coisas: Ou os executivos comerciais dessas emissoras fechadas imaginavam, naquela época, que venderiam tantas assinaturas que essas "bancariam" o negócio... Ou...não tinham a noção que TV a cabo tem um custo tão alto que só assinantes não manteriam a programação funcionando...
    Fato é que a TV a cabo acabou de tornando um "luxo": O valor da mensalidade é muito alto para o que se oferece. Uma assinatura "média" (que não é a "top") sai por cerca de 350 reais/mês. E os chamados "canais que valem a pena" são a minoria. Pra "justificar" o que se cobra, as empresas "enchem linguiça" oferecendo canais que "não valem a pena"
    Ainda: Os filmes chamados de "lançamento" precisam ser pagos "à parte". Ou seja, o cliente paga a mensalidade e ainda tem que pagar mais pra assistir determinadas produções. Esses filmes só entram na "programação normal" (e quando entram) - sem o pagamento extra - muitos meses depois. 
    Outra coisa que chama a atenção: As operadoras (para melhorar o faturamento...) estão lançando "canais dentro de canais". Explico: Pegam lá uns 10 filmes de ação, por exemplo, e criam uma "pasta de filmes" paga à parte. Pra ver esses filmes (que antes eram do catálogo normal...) é necessário desembolsar mais uma assinatura pagando lá uns 10 ou 15 reais por mês...
    Dito tudo isso, companheiros e companheiras, chegamos ao "streaming" que traz como "grande vantagem" apenas a transmissão via internet que permite que se assista em celular, computador, lap top... E aí qual foi o "pulo do gato" dessas empresas?
    Canais tradicionais da TV a cabo começaram lançar a mesma programação em streamig. E para o espectador o que é ruim: Aquilo que ele assistia (já pagando pela TV) ele só vai poder assistir se pagar o streaming. E alguns programas já vêm exclusivos para essa nova tecnologia.
    Mais: O que antes era tudo concentrado na "grade" da TV por assinatura, agora está sendo "fatiado" em emissoras de streaming. E essa é uma tendência cada vez maior. Conclusão: O cidadão vai ter de assinar uns "trocentos" streamings para ver tudo o que ele quer ver...Vai sair bem mais caro do que era antes...
   Isso, no entanto, pode representar um problema para o mercado: Com a fome tão grande de "abocanhar" o maior número de clientes, esses "tubarões" do entretenimento podem morrer na praia... O número de pessoas com grana pra "assinar tudo" é muito pequeno.
    Reflexo disso é que já tem empresa de streaming oferecendo "um fim de semana com sinal aberto" para os dias 22, 23 e 24 de outubro...