Hoje é 31 de março. Nesse dia, em 1964, militares com a ajuda e o apoio do governo americano, das elites brasileiras e da "mídia hereditária", deram um golpe de estado pra acabar com o governo democrático de João Goulart. O partido de Goulart era o PTB, mas o "PTB raiz", não o que está aí que recebeu, até, filiação do Queiroz (aquele!).
Com o golpe, começou a ditadura militar que durou até 1985.
Em 2016, novo golpe: A presidente Dilma Rousseff (PT), sofreu impeachment sob o argumento de "pedaladas fiscais" que teriam causado prejuízos aos cofres públicos. Mas... o TRF da 2ª Região extinguiu, nessa semana, a ação contra a ex-presidente. Ou seja, Dilma inocentada.
Também, nesse caso, foi o desmonte de um projeto democrático de política popular. Participaram do golpe a "mídia hereditária" e os políticos conservadores, contando com aquele olhar simpático e sorriso de canto de boca do governo americano.
O editorial de capa do Globo, em 64, é (literalmente) uma das páginas mais sombrias da história do país e do jornalismo. Diz, por exemplo: "Ressurge a democracia! Vive a nação dias gloriosos. (...) Graças a decisão e ao heroísmo das Forças Armadas , que obedientes aos seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina. O Brasil livrou-se do governo irresponsável...".
Bora lembrar que, só uns 40 anos depois (!), o Grupo Globo pediu "desculpas" por apoiar o golpe de 64.
A Folha (junto com toda a "mídia hereditária") apoiou o golpe de 2016 contra a presidente Dilma Rousseff. Em editorial de capa, ainda no primeiro semestre daquele ano, o jornal deixou claro que queria a ex-presidente fora do cargo. Uma frase (a primeira do texto) resume o festival de besteiras que assolou aquela opinião: "A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país".
E, agora, a absolvição de Dilma teve destaque na primeira página?
NÃO!!!
