DEPUTADO RENATO FREITAS "CONFESSA" PEQUENOS FURTOS QUE COMETEU NA JUVENTUDE

    

    De origem pobre, o deputado estadual Renato Freitas (PT), foi eleito com 57.880 votos em outubro passado. Antes havia sido vereador em Curitiba. Na Câmara, "colegas" (que "colegas"!) tentaram cassá-lo por puro preconceito.

    Nessa sexta-feira, na rede social, Renato, que é advogado e mestre em Direito pela UFPR, "confessou" pequenos furtos quando era criança/adolescente. Mas ao lado dos "deslizes" legais que cometeu, colocou a pena prevista. Veja:

FUI UMA CRIANÇA CRIMINOSA.

Aos 11 anos eu morava na Vila Macedo, Piraquara, ia ao colégio Paulo Leminski de bonde, mas ao invés de descer no ponto correto, descia somente no ponto final, Guadalupe. Eu e meu comparsa Paulinho.

No centro de Curitiba 3 eram as táticas, ele, 2 anos mais velho, havia me ensinado:

a) Comer um x-tudo, ou qqr outro lanche "caro", pedir uma Fanta Uva, o néctar da infância, e, após comer, dar um "Cavalo Loko", isto é, correr como se não houvesse o amanhã, sem olhar p trás até que a multidão voltasse a se lembrar que éramos invisíveis. (Furto - pena: 1 a 5 anos).

b) Aproveitar que estávamos de uniforme de colégio, dizer que havíamos perdido o vale-transporte (na época da fichinha), e pedir para que as pessoas nos dessem dinheiro para voltarmos para casa, o que nos rendia o equivalente, hoje, a uns 10 reais. (Estelionato - 1 a 5 anos).

c) E a missão mais difícil era a de abrir o freezer de sorvete, colocar rapidamente um na manga, pegar o outro, perguntar "quanto custa esse, tio?" Devolver no freezer e se deliciar momentos depois com o recém lançado "Sorvete Mega". (Furto qualificado pela destreza do agente - 2 a 8 anos)

Minha adolescência foi problemática e violenta, mas não por falta de CTPS registrada, o q tive desde os 15 anos. Os delitos me perseguiram conforme eu os perseguia, era uma relação doentia de dependência recíproca, cujo tempero era a certeza cotidiana do fracasso, de ser a continuação do nada, o recipiente para ajuda humanitária da classe média. Resultado: nariz, dente e rosto quebrados, cabeça cheia de cicatrizes e diversos delitos praticados.

Hj, mestre em Direito pela UFPR, ex-vereador e Deputado Estadual, não me imagino nas situações anteriores. Contudo, se em algum momento da minha infância e adolescência eu tivesse sido preso, meu destino seria outro. Degradado pelos efeito do cárcere eu seguiria minha paixão profana pelos delitos de pequena monta. Teria, com certeza, minha vida abreviada pela pesada arte da sobrevivência. Por isso sou contra a ideia bolsonarista de redução da maioridade penal, pois do contrário eu não estaria aqui!

EU ACREDITO NAS CRIANÇAS, EU ACREDITO NO SER HUMANO!