No "Diário de Bordo" do filme, eu já lhe informo: "7500" (nome da produção) significa o código da aviação comercial pra indicar sequestro. Dito isso, apertem os cintos porque nossas expectativas estão na interpretação de Joseph Gordon-Levitt.
E ele não decepciona. Assim como o filme produzido por Alemanha/Áustria/EUA e dirigido pelo alemão Patrick Vollrath. Novato em longas, mas não na premiação do Oscar. Ele já mostrou que é do ramo ao ser indicado, em 2016, ao Oscar de Melhor Curta-metragem com "Tudo Vai Dar Certo".
Embarquemos em nossa história: Gordon-Levitt é o copiloto americano Tobias de um avião sequestrado na rota Berlim-Paris. Ele tem 3 grandes desafios: Manter o avião no ar, impedir que sequestradores invadam a cabine e manter, na medida do possível, os passageiros calmos. Claro que não dá pra fazer tudo isso, ao mesmo tempo. Nem em tempos diferentes..
Aí começa o suspense. Aliás o filme começa de uma maneira bem criativa: Câmeras de segurança do aeroporto registram o caminhar de um determinado passageiro pelo saguão, pela loja de duty free... E é a câmera de segurança da cabine (voltada para a o corredor do avião e aquela área das comissárias) que também transmite boa parte da tensão do filme. O alcance dessa camerazinha é limitado. E quando a cortina que impede a visão do corredor está fechada... meu pai! Você não tem a mínima ideia do que pode acontecer...
Mas o maior sufoco é: Toda a ação se desenvolve na cabine de comando do jato. Um lugar apertado, escuro (o voo é noturno, com chuva, pra criar aquele "climão"...) e onde o piloto novato chora e a mãe não vê. Chora só, não. Surta! Mas, apesar de tudo isso, consegue - na medida do possível - conduzir o avião e a negociação com os sequestradores. Mas até onde?
O filme, de 2020, apesar de muito bom, tem duas turbulências no roteiro ( de autoria também do diretor, coautor do script_. A primeira é o "motivo" do sequestro: São terroristas islâmicos que querem "se esbodegar" com o avião simplesmente porque odeiam o Ocidente e suas "práticas". Pô, esse filme é de 2020! Já faz mais tempo em que não se atribuiu razões apenas religiosas para um crime numa filme... E ainda de uma forma rasa! Soa preconceituoso por parte do Big Brother.... E a segunda é um "clichezão": Um dos terroristas sanguinários é um rapaz bonzinho...
Mas isso não diminuiu em nada a ótima interpretação de Gordon-Levitt e a direção de Vollrath. Durante 1h30min a dupla te leva junto pra dentro da cabine do jato.
E o curioso é que é sequestro (beeeemmmm) pós-11 de setembro.
* O filme está disponível no Amazon Prime Video
