sábado, 22 de julho de 2023

BARBIE... EU FUI!

    


    Muitas adolescentes, moças, senhoras... até uma vovó! (sim... vovós também gostam da boneca!) vestidas com alguma peça de roupa em cor-de-rosa. Vi até dois rapazes de rosa ("do piso ao teto"), sapatos, calça e camisa. Tudo rosado. Mas não só na sala de cinema. Circulando nos corredores do shopping. 
    Comecei a me interessar pelo filme ao ver por quem era dirigido: Greta Gerwig, uma americana de 39 anos que já trabalhou como atriz com Woody Allen (!) em "Para Roma Com Amor" (2012) e escreveu o roteiro e dirigiu "Lady Bird" (2017) pelo qual concorreu ao Oscar de roteiro original e direção. Dois anos depois, recebeu nova indicação: Agora com "Adorávéis Mulheres", que dirigiu e que foi indicado ao Oscar de melhor filme. Ou seja, dá pra ver que, ao fazer "Barbie", Greta não estava para brincadeira...
    Como já foi dito, apesar de a produção ser sobre bonecos, o filme não é para crianças. É uma comédia, mas faz muitas críticas: à sociedade de consumo, ao machismo, ao poder que oprime e corrompe. Também trata do empoderamento feminino, da importância das amizades e da solidariedade. 
    E falando em crítica, "sobrou" até para a própria Barbie ( chamada de "Barbie estereotipada" por ser bonita, loira e magra em comparação às outras Barbies do filme que são as "Barbies normais", morenas, negras, baixinhas, gordas...). A Mattel (que lançou a boneca em 1959) também é criticada num diálogo: "Não posso fazer nada! Quem manda é a Mattel!"
    Com essa série de críticas, Margot Robbie (que faz a boneca) e também é produtora do longa, chegou a dizer numa entrevista que ficou "surpresa" que a empresa tenha permitido que fizessem o filme. Mas aí entra, com certeza, o marketing...
    Greta Gerwig (que também é autora do roteiro) mostra a preocupação com questões sociais em quase todo o texto. A presidente da Barbielândia, por exemplo, é uma boneca negra. Falando nisso... se a Barbielândia fosse o Brasil, está com todo jeito que a Barbie votaria em Lula e o namorado dela, Ken (muito bem interpretado por Ryan Gosling) daria o voto ao Bozo. Ken é o típico machista, fortão, cabeça oca. A maior felicidade dele foi descobrir (quando eles chegam ao mundo real) que são os homens que mandam no planeta....
    A principal mensagem do filme é: Aquele mundo perfeito, de encanto, de eterna felicidade, só existe no "faz de conta". A vida real é muito dolorida. O remédio para isso é a empatia.
    Que as moças de todas as idades que andam vestidas de rosa entendam isso. E os rapazes também.
    Afinal, um mundo de Kens, quem aguentaria?
    Não sou crítico de cinema. Sou um observador do comportamento humano. E aqui fica um aplauso especial a Greta Gerwig por ter colocado uma referência a "2001 - Uma Odisseia no Espaço" logo no começo do filme...