"Vossa excelência lembrou que na virada do século não existiam redes sociais; nós éramos felizes e não sabíamos. A necessidade dessa regulamentação, do tratamento, da responsabilidade, do tratamento de novas formas obrigacionais. Então a comissão fez exatamente isso".
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, obviamente , fez uma brincadeira - até sorriu - com essa história de "éramos felizes e não sabíamos". Ele falou em visita, ontem, ao Senado, durante uma sessão, ao lado do presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O magistrado se referia à comissão de juristas que fez vários debates sobre possíveis modificações no Código Civil Brasileiro.
Elon Musk, bilionário e ultraconservador, dono do X ("ex-twitter") que tenta manter Moraes "sob fogo cerrado", quis dar uma de "engraçadão", de crítico, de irônico, e publicou a mensagem "Poder ao povo".
O empresário que, por ter muuuuuito dinheiro, acha que tudo pode e contra todos. Para ele, liberdade de expressão é "liberdade de agressão", coisa que, naturalmente, o ministro não concorda. Musk chegou "a sugerir" a renúncia ou o impeachment de Xandão...
Essa fala de Moraes me faz lembrar do escritor, filósofo e linguista italiano Umberto Eco. No dia 10 de junho de 2015, quando recebia o título de doutor honoris causa em Comunicação da Universidade de Turim, afirmou no discurso:
"As redes sociais deram o direito à fala a uma legião de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho.[...] Agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel".
Antigamente, se o cabra não sabia sobre um assunto, ele ficava quieto ou ia procurar aprender, se informar sobre aquilo. Agora, o sujeito quer comentar tudo. "Discutir" com um especialista que estudou muito sobre determinado tema.
A rede social virou um grande palco para a imbecilidade.
Musk tem empresas, uma quantidade grandiosa de dinheiro. Mas ser rico não significa ser boa pessoa.
