Morreu nessa segunda-feira, 17, no Rio de Janeiro, o cantor, compositor e ator Jards Macalé. Aos 82 anos, estava internado num hospital com problemas pulmonares. Teve uma parada cardíaca devido a uma infecção generalizada.
Jards Anet da Silva nasceu no Rio de Janeiro em 3 de março de 1943. Estava na cena cultural brasileira desde a década de 1960. A formação musical começou na infância, ainda no bairro da Tijuca.
No morro ouvia os batuques de samba. No vizinho, Vicente Celestino. Em casa, escutava valsas e modinhas tocadas pela mãe ao piano e pelo pai ao acordeom. Do rádio vinham os sucessos de Orlando Silva, Emilinha Borba e Marlene.
O primeiro grupo musical formou na adolescência: Era o "Dois no Balanço". Estudou violão com Turíbio Santos e piano e orquestração com o maestro Guerra Peixe.
Ainda na década de 60 dirigiu os primeiros espetáculos de Maria Bethânia. Elisete Cardoso e Nara Leão gravaram composições dele. Criou a agência Tropicarte junto com Gal Costa, Paulinho da Viola e José Carlos Capinam para administrar os próprios espetáculos.
No começo da década de 1970, passou um tempo em Londres a convite de Caetano Veloso (que estava exilado pela ditadura militar). Produziu um dos discos mais conhecidos de Caetano: "Transa", considerado por muitos como o melhor disco do baiano.
COMPOSITOR E ATOR
Compôs a trilha sonora e trabalhou como ator em dois filmes de Nelson Pereira dos Santos: "Tenda dos Milagres" e "O Amuleto de Ogum". Também fez trilhas para outros filmes. Por exemplo: "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade; "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro", de Glauber Rocha; e "Se segura, malandro!", de Hugo Carvana.
Ao todo, lançou 24 álbuns.
O APELIDO AINDA QUANDO ERA CRIANÇA
Na infância, a família mudou para o bairro de Ipanema. Lá ganhou o apelido de "Macalé" - nome do pior jogador do Botafogo, na época. Motivo: O garoto não era um bom jogador nas partidas de futebol disputadas na areia da praia.
ISSO É MACALÉ
"Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno".
