terça-feira, 21 de abril de 2020

FECHAMENTO DEFINITIVO DE SHOPPING EM CURITIBA E O FUTURO DESSE TIPO DE COMÉRCIO

  

    A administração do Polloshop, localizado no Alto da XV em Curitiba, anunciou essa semana o fechamento definitivo do centro comercial. Os shoppings já estavam temporariamente com as portas fechadas por causa da pandemia do coronavírus. 
    A situação para o comércio é caótica, mas o que pesou mais, segundo a nota distribuída pelo empreendimento de lojas, foi o fato do dono do terreno querer aumentar significativamente o valor do aluguel. Os administradores afirmam que tentaram negociar , pelo menos, a manutenção do valor atual, mas não teve acerto.
    Com isso, cerca de 220 lojas (muitas médias e pequenas) vão encerrar as atividades no local. Nas rede sociais, se falou em mil desempregados por causa da medida. Oficialmente não se fala em um número tão grande, porque a direção do Polloshop afirma que há um acordo com outros quatro centros comerciais (Jockey Plaza, Ventura Mall, Shopping Cidade e Shopping Jardim das Américas) para que eles recebam esses comerciantes com uma "carência temporária" de aluguel.
    Esse caso faz lembrar outro que aconteceu na capital paranaense: o Shopping Total, no bairro Portão, foi inaugurado nos anos 90 com o slogan de "shopping de desconto" (assim como o Pollo). A história desse centro comercial sempre foi marcada por indas e vindas na Justiça. É que o terreno foi arrematado num leilão e os donos anteriores nunca teriam pago a totalidade do valor. 
    Chegou um momento em que a Justiça "retomou" o imóvel e fez nova oferta pública. O grupo Tacla (dono, entre outros, do Shopping Palladium) assumiu a administração do empreendimento e trocou o nome para Ventura.
    Aí tem um fato curioso: o Palladium (um dos maiores do sul do país, inclusive com cinema IMAX), foi inaugurado bem em frente ao antigo Total. É só atravessar alguns metros da Avenida República Argentina que o consumidor está no outro centro comercial.
    Na época da inauguração, os antigos donos do Total (um shopping popular), deram uma de engraçadões e colocaram um cartaz virado para o novo concorrente: "Seja bem-vindo, caríssimo Palladium!"  O Palladium, voltado para as classes média e média baixa, sobreviveu.  O Total fechou. Agora os dois têm o mesmo dono.
    Fica a dúvida: Qual será o futuro do varejo pós-coronavírus? O comércio continuará sendo o mesmo? O consumidor dará, cada vez mais, preferência para compras online e o serviço de delivery? 
    Segundo o portal "Mercado e Consumo", é isso o que vai acontecer:
    "Esses sistemas crescerão ainda mais de importância como canais de vendas e relacionamento. Já era um movimento em rápida evolução, mas sua importância será acelerada de forma marcante por conta da percepção, quase que compulsória, de suas virtudes, limitações e oportunidades."
    E quanto aos shopping centers? Como eles vão sobreviver? A tendência, segundos os especialistas, é que se tornem menos lojas de comércio e mais lazer, entretenimento. Local de reunião de famílias, amigos. Pontos de serviços pessoais. Quer dizer, um centro para ir, se divertir e, também, fazer umas comprinhas...
    Curitiba conhece bem essa história: O Shopping Estação, quando foi inaugurado, lá no começo dos aos 90, trazia uma proposta arrojada e inovadora: Seria um "Shopping de Entretenimento" (era o "Estação Plaza Show"). Para entrar, você precisava pagar um ingresso. Tinha de tudo: cinema, teatro, pista de boliche, Parque da Mônica....Mas a ideia não durou muito. Os donos consideravam que o volume de público não era satisfatória e, aos poucos, foi se transformando num centro comercial como os outros.
    Quem sabe, agora, o comércio dê uma volta no tempo e se torne mais diversão do que compras.


Antigo Shopping Estação (ainda com o nome de Estação Plaza Show): À direita(na parede amarela)  as bilheterias onde se comprava o ingresso.