segunda-feira, 4 de maio de 2020

ALDIR BLANC E A SAÚDE PÚBLICA QUE NÃO SE TOCA

 

     Ele foi autor de grandes sucessos da Música Popular Brasileira. Um dos maiores compositores da nossa história. Autor de sucessos como "O Bêbado e a Equilibrista", "O Mestre-sala dos Mares", "Dois pra Lá, Dois pra Cá", "De frente pro Crime", "Transversal do Tempo", "Amigo é pra Essas Coisas", "Bala com Bala", entre tantos outros. Criou mais de 600 letras.
    Dedicou sua vida à cultura nacional. E na hora em que precisou do país, teve enormes dificuldades. Internado, a princípio, num hospital municipal do Rio de Janeiro, enfrentou os problemas da falta de estrutura da saúde pública no país. Não por culpa dos profissionais. Esses se desdobram, como podem, para aliviar dores e salvar vidas de quem chega. Mas por culpa de um política que não valoriza, não investe em saúde, pesquisa e educação. Para dizer o mínimo.
    Sem plano de saúde (sua principal fonte de renda eram os direitos autorais, muito mal pagos no Brasil...), Blanc teve problemas para receber um tratamento melhor. Parentes e amigos chegaram a fazer uma "vaquinha", isso mesmo, a pedir dinheiro, para ele ser transferido de hospital.
    Mas o que se deve discutir? Que todas as pessoas tenham plano de saúde? Ou que a saúde pública tenha qualidade de particular? O ideal é que ninguém precisasse de um plano pago. Que fosse opção para a pessoa, e não uma tábua de salvação. Mas todos sabemos que, infelizmente, não é assim.
    Claro que, agora, isso não vai se resolver a curto e a médio prazos. Mas fica como um dos "legados" do coronavírus: Investir mais (tudo que se investir sempre deve ser considerado como pouco...) em infraestrutura, equipamentos de proteção aos profissionais da área de saúde, ciência. Nossos cientistas necessitam de muito mais recursos. 
    Para que desde o Aldir Blanc até o "seu Zezinho da Vila Piroquinha", não importa quem, tenham um atendimento digno, humano.