segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O MEDO E A ESPERANÇA NAS ELEIÇÕES: AINDA SE VOTA EM NOMES... NÃO EM PROJETOS DE VIDA

   


    Com raríssimas exceções, o brasileiro escolhe em quem votar "pelo nome", "pela pessoa", e não pelo partido, pelo programa de governo....A grande maioria nem lê o programa de governo. Nosso eleitor é beeemmm conservador. Nessa história de, renovação, "medo" e "esperança", então...prefere não arriscar. Vamos a alguns casos:
    Em Porto Alegre, apesar da guerreira Manuela (PCdoB) ter apresentado um belíssimo plano de governo, o eleitor optou pelo candidato do MDB, Melo. Motivos? Muitos que votam ainda são machistas. Temos até mulheres machistas se você levar em conta que a maioria do eleitorado da capital gaúcha é de mulheres...Manu também foi vitima de uma campanha sórdida do time "centro-direita-extrema-direita". 
    Em Curitiba, o trator de Rafael Greca (DEM) atuou como nunca. Não só pra pavimentar as ruas. O asfalto em toda a cidade rendeu uma eleição em primeiro turno com quase 60% dos votos. Por mais interessante que tenha sido a campanha de Goura (PDT) tentando trazer muita coisa nova para a administração pública em 2020, o eleitor preferiu ficar "preso" no tempo, ainda sonhando com a Curitiba da década de 90 (que, óbvio, não existe mais...) e cravou Greca na urna eletrônica. Coberto de piche, de tanto asfalto, o curitibano se mostrou conservador. Bem, não é à toa que a cidade é conhecida como "A República de Curitiba".
    Em São Paulo, Boulos fez um belíssimo trabalho. Conseguiu levar o PSOL para o segundo turno. Mas, por mais que ele apresentasse projetos muito humanos e de favorecimento à população pobre da cidade, os mais humildes ainda assim não entenderam a mensagem e elegeram Covas. O tucano também vai pra novo mandato porque vendeu bem para a classe média aquela ideia batida (mas que ainda funciona...) do "em momento de incertezas, não arrisque. Confie em quem já tem experiência e sabe como enfrentar o problema". Ainda: por mais que seja "paz & amor", os oposicionistas de Guilherme Boulos trabalham a "imagem de radical" do político, de que ele vai mandar invadir casas...
    No Rio de Janeiro, na verdade, foi um "não voto". A eleição no Rio foi a "exclusão". Poderia ser qualquer candidato. O que o carioca não queria era reeleger Crivella. No Rio de Janeiro foi mais um plebiscito. Paes (DEM) levou "sorte" de ter ido para o segundo turno...
    Finalmente, uma capital onde o povão parece ter entendido o programa e a mensagem do candidato foi Belém: Lá, Edmilson (PSOL) foi para o segundo turno contra o delegado Eguchi (Patriota), um bolsonarista assumido. Edmilson defendeu um programa social priorizando a população mais pobre. Os pobres entenderam e confiaram no candidato. E o psolista já prometeu: O primeiro decreto dele, em janeiro, vai ser para combater a fome.