Episódio 1: Até os 45 do segundo tempo, o deputado Glauber Braga (PSOL/RJ) já estava cassado. Mas aí vieram os acréscimos e, nesse período, o parlamentar não foi cassado por dar um chute na bunda de um cara que invadiu a Câmara Federal e xingou a mãe de Glauber. Óbvio que ninguém deve invadir qualquer lugar pra xingar ou agredir outra pessoa. Assim como também um político não deve sair dando chute em outro alguém. Mas na hora de votar a cassação do deputado (e até ele imaginava que iria perder o mandato e ficar 8 anos inelegível), o centrão (sempre ele!) pensou: "Péraí! Por algo igual ou muito menos, amanhã pode ser eu ou algum colega de nossa bancada. Vamos aprovar só uma suspensão de 6 meses!" E assim aconteceu: 318 votaram pela suspensão contra 141. Até o PSOL, partido do deputado, defendeu a suspensão. Seria melhor do que perder o mandato...
Episódio 2: Como diria o velho político, "já era dado como favas contadas", a cassação de Carla Zambelli (PL/SP) indiciada, denunciada, julgada e condenada pelo STF pela contratação de um hacker para colocar um mandato falso de prisão contra Alexandre de Moraes no sistema de Justiça. Também por sacar uma arma e perseguir um homem em São Paulo na véspera das eleições de 2022. Ao perceber que seria condenada, deu no pé, fugiu para a Itália, onde está presa. Mas no acordão na Câmara, salvaram o mandato de Glauber e, também, o de Zambelli: "Se salvamos um, salvamos o outro". Portanto, faltaram 30 votos para a parlamentar perder o mandato: Foram 227 votos para cassar; 170 contrários; e 10 abstenções.
Mas isso não é o fim da "novela Zambelli": Ela ainda pode perder o mandato, mas por faltas. Por estar no exterior - e presa - óbvio que não pode participar das sessões. E o período de licença já acabou.
FIM!
