domingo, 13 de dezembro de 2020

PARANÁ: DA "REPÚBLICA DE CURITIBA" E DO "SLEEPING GIANTS"

    

        

        Por essa nem o mais velho homem de imprensa investigativa não esperava: O "Sleeping Giants Brasil" (SGB) está aqui ao "nosso lado". Pra ser mais exato, a 114 quilômetros de Curitiba. A primeira "franquia brasileira", digamos, do site especializado em denunciar fake news, redes de ódio e tirar patrocínio de sites de direita foi criado por um casal paranaense. Leonardo de Carvalho Leal e Mayara Stelle, ambos de 22 anos, namorados, moram em Ponta Grossa. Por ironia - ou não - chamada de "a capital cívica do Paraná - uma cidade sempre considerada conservadora quando o assunto é política.
    Essa revelação está na coluna de Mônica Bergamo desse domingo. Leonardo e Mayara, estudantes de Direito, leram sobre o "SG" para um trabalho de conclusão do curso e decidiram "abrir" o SGB em maio. Em poucas horas já tinham 20 mil seguidores. A partir daí, foram oficializados como representantes brasileiros do SG pelo criador do perfil americano, Matt Rivitz.
    Basicamente o trabalho do "Sleeping Giants" é alertar a população, anunciantes e veículos de comunicação, sobre propagandas e/ou reportagens com conteúdo preconceituoso ou de extrema-direita. O objetivo é conscientizar - e, se preciso for constranger - quem pratica algum tipo de radicalismo. Para o professor titular de Sociologia da UFPR, Ricardo Costa de Oliveira, políticos brasileiros progressistas precisam se preocupar mais com o uso das redes sociais na "guerra política". O que não fizeram na eleição de 2018:
"Sejam apenas eles ou uma estrutura maior, isto aponta a necessidade de combate às fake news com profissionalismo e organizações, o que a esquerda brasileira, partidos políticos, parlamentares, sindicatos e principalmente o sistema judicial no Brasil nunca fizeram. Lembro quando os hackers da vaza jato ofereceram todas as informações para a Manuela D'Ávila, ela não pegou e repassou o contato para o Glenn Greenwald e o Intercept ! Ela e assessores, militantes, junto com a estrutura dos partidos de esquerda, deveriam ter recebido os dados nem que fosse para conferir o teor e não apenas repassar. O pior erro cometido pela esquerda em 2019 foi este. Muita atenção na guerra cibernética, o que pode contribuir para definir eleições, como vimos em 2018, quando a extrema-direita, mesmo sem tempo no horário eleitoral, elegeu o extremista Bolsonaro para o pior governo republicano da história, tudo com a falta de denúncias da indústria de mentiras e fake news do WhatsApp e redes sociais, sem que a justiça eleitoral fizesse nada, mas como a justiça é da classe dominante, outros precisam denunciar estes crimes cibernéticos financiados por grandes interesses capitalistas."