quinta-feira, 20 de maio de 2021

CPI DA COVID NÃO PODE VIRAR LAVA JATO

     


     Em artigo publicado nessa quinta-feira na "Folha de S. Paulo", o senador e vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), propõe que se use a delação premiada na Comissão e justifica:
     "Com a delação, há muito fujão de pijama, abandonado em casa, que poderia converter seu rancor em serviço à Justiça, mas receia abrir o bico por temer a prisão".
    Bora lembrar qual foi o "uso" das delações na Lava Jato? Pessoas acusadas, incriminadas, usavam o "expediente" das delações para tentar se salvar de qualquer maneira. Para escapar da cadeia, diziam o que os inquisidores queriam ouvir; acusavam pessoas que não tinham nada a ver com o que estava sendo investigado...
    Mais: Dar a "possibilidade" da delação pra quem está sob depoimento, é abrir a possibilidade de "absolver" um possível envolvido num ato ilegal desde que ele "entregue" outra pessoa. 
    Com quase 450 mil mortos, não é possível "absolver" alguns e incriminar "só" outros: Todos aqueles que têm responsabilidade no genocídio devem pagar por isso.
    Mesmo assim, Randolfe afirma que a delação pode ser um "remédio amargo" que a CPI talvez precise usar:
    "Eu, como vice-presidente da CPI da Pandemia, não aceito servir pizza, mas estou disposto a ouvir aqueles que tenham a colaborar com provas e com a identificação dos demais componentes desta organização macabra que se apossou do país. Está lançada a discussão jurídica sobre o tema e, como dizem na internet, “fica a dica” para quem está vendo a água bater na cintura e não quer terminar num abraço de afogados".