Do jornalismo global não dá pra esperar muita coisa. A entrevista com o dono da Davati, Herman Cardenas, no Fantástico, é um exemplo. Deixou a desejar. Em primeiro lugar porque o cidadão se comportou como todos aqueles que são ouvidos na CPI da Covid (aliás, ele não deveria ser "convidado" a depor, também?) que apenas dizem: "Não sei de nada...para mim foi uma surpresa... não havia irregularidades nas negociações de vacinas com o governo Bolsonaro".
Essas afirmações já eram esperadas dele. Não?! Ao ver que o papo do sujeito estava meio no estilo "sambarilove", o programa deveria ter feito um "contraponto" ouvindo alguém da...CPI da Covid! Ninguém tem mais informações sobre todo esse rolo do que os 3 Mosqueteiros: Aziz, Randolfe e Renan. Daí o cabra me pergunta: "Mas por que ouvir político?".
Por um motivo bem simples: Essa "negociação" tem 3 pernas: 1. A econômica (a venda/compra); 2. A política (por envolver governo); 3. A policial (porque tem várias denúncias de irregularidades e de pedido de propina...).
Alguém precisaria falar para "assinar embaixo" o que o dono da Davati está afirmando (ele se colocou como uma "vítima" da história...) ou para contestá-lo. No meio da conversa surgiu até um caso de tentativa de venda de vacinas para índios canadenses (!). Nada a ver com a nossa realidade, nossa verdadeira preocupação.
A expressão "comer com farinha" a gente usava quando era piá em Curitiba. Dizia-se da pessoa que "engolia" tudo o que diziam pra ela. Que acreditava sem questionar. Sem procurar uma contestação.
As vezes fico com uma dúvida: Tentam fazer jornalismo ou apenas assessoria de imprensa?
