Eu afirmo isso? Claro que não! É o próprio editorial do jornal O Globo que "relativiza", "normaliza", a intervenção americana na Venezuela. Óbvio que Nicolás Maduro não é santo... mas os venezuelanos que resolvam seus problemas.
Mas aqui, em terra brasilis, a imprensa patronal/hereditária acredita que os Estados Unidos devem ser a polícia do mundo. Veja alguns trechos:
"Ainda há inúmeras incógnitas sobre o objetivo real dos Estados Unidos em relação à Venezuela. Nesta semana, Donald Trump reconheceu ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) em sua campanha contra a ditadura de Nicolás Maduro".[...]
"É conhecido e lastimável o longo histórico de intervenções americanas na América Latina — do golpe promovido pela CIA na Nicarágua em 1954 à invasão de Granada em 1983. Seria condenável qualquer violação ao território venezuelano ou operação militar que ameaçasse a soberania de qualquer país do continente. [...]
- Aqui, parênteses: O Grupo Globo apoiou o golpe militar no Brasil em 1964 que teve apoio dos EUA. Depois, o grupo de mídia disse que "errou" (oi?!) Sigamos:
"Maduro se tornou o mais nefasto ditador latino-americano. Levou a agenda chavista ao extremo. Sufocou a imprensa, manietou Judiciário e Legislativo para consolidar seus poderes, corrompeu o Exército por meio da riqueza do petróleo, travou alianças espúrias com organizações criminosas, aumentou miséria, fome e doenças na população, enquanto milhões de venezuelanos fugiram ou tentam fugir do país. [...]
- Mais uma pequena intervenção: E os militares/ditadores do Brasil que mandaram matar opositores, suprimiram direitos humanos e censuraram a imprensa? E os generais argentinos? E o Pinochet que, sozinho, fez tudo isso? Desculpem a interrupção, mas, vamos concluir o editorial:
"Depois de meses tentando negociar com Maduro, passaram a oferecer recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem a sua prisão e deflagraram a operação militar. Nada disso é normal nem desejável. Mas é inegável que se trata de mais um mal decorrente da obstinação tirânica de Maduro".
Em resumo: O editorial demoniza o "inimigo" e humaniza o colonizador/invasor/agressor...