Enquanto você, amiga/amigo leitor(a) "reclama" que tem que repetir a refeição de ontem (o famoso "sorobô"), saiba que quase 20 milhões de brasileiros (é isso mesmo, 20 milhões) passam fome. "Tecnicamente", passa fome a pessoa que fica 24 horas (ou mais) sem se alimentar.
Mas não é só isso, 55% da população do país ( estimada em 213 milhões de pessoas, segundo o IBGE) afirmam que sofrem algum tipo de "insegurança alimentar" (ou come mal ou não tem certeza se terá a "próxima" refeição"). O estudo é da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) com dados de dezembro de 2020. Mas não pense que a coisa melhorou de lá pra cá. Pelo contrário. A taxa de desemprego, por exemplo, que pode ser um dos termômetros pra medir a qualidade de vida (sobrevivência) dos brasileiros, piorou. De acordo com o IBGE, em números absolutos, em dezembro de 2020 tínhamos 13,9 milhões de pessoas sem emprego. No segundo trimestre de 2021, esse número aumentou para 14,4 milhões.
Pensar em uma "alimentação bem balanceada" (com frutas, verduras, legumes, sucos, carne) nem pensar. Se levarmos em conta que, quem também passa fome, é aquele que só come um "grude" (arroz com ovo ou feijão com farinha), dá pra considerar que essa pobreza nutricional é quase tão danosa quanto se alimentar só de vez em quando... Sim! Ovo tem proteína, mas "não se vive" só de ovos...
Outro dado importante e muito preocupante é o empobrecimento do trabalhador: De acordo com a FGV Social, a renda média per capita (entre os mais pobres já entre o povo considerado pobre...) caiu de R$ 249,00 reais em 2014 para R$ 172,00, agora.
Portanto, ao abrir a geladeira e "torcer o nariz" ao avistar a mesma comida de ontem, lembre daqueles que nem têm comida...
São pessoas que querem só o "básico do básico": Comida. Diversão e arte elas deixam pra quando estiverem com o bucho cheio.
