sábado, 23 de outubro de 2021

O BRASIL AFUNDANDO E JORNALISTAS ACREDITANDO QUE SÃO "SÓCIOS" DOS PATRÕES

    


    Uma das frases prediletas do jornalista, editor e escritor, Mino Carta, 88 anos, é:
    "O Brasil é o único país que jornalista chama patrão de colega".
    No país onde foi escrito "Casa Grande & Senzala" (Gilberto Freyre, 1933) faz muito sentido. Aqui em terra brasilis, o servilismo e a submissão de tantos periodistas deram um sinônimo para jornalista: Capitão do mato.
    Por falar em casa grande...senzala, a gente lembra da discussão do momento: O furo no teto de gastos do governo federal. As elites - e os jornalistas ditos "econômicos" - se revoltam, têm indignação com as contas da União que podem não fechar, mas não demonstram o mesmo "furor" ao comentar a miséria da população. Como já disseram os profetas "Titãs": "Miséria é miséria em qualquer canto. Riquezas são diferentes".
    São comentaristas que se comportam como os porta-vozes do caos. Eles só reproduzem o que dizem o tal "mercado" e os barões da imprensa. E ficam naquele moto-contínuo: Vem repórter, vem comentarista, vem colunista....e é todo mundo falando a mesma coisa.
    E os entrevistados? Sempre, sempre, os mesmos. Outro dia, um jovem apresentador de televisão falava - entusiasmado - que havia entrevistado o ex-ministro da Fazenda do governo Sarney, Maílson da Nóbrega, que teria feito "alertas" sobre a volta da inflação. Disso Maílson entende. Só pra dar um exemplo, ele "conseguiu" fechar 1988 com uma taxa de hiperinflação de 980 % (!) E agora vem dar "conselhos" para o repórter noviço. Ou esse apresentador é muito mal informado, ingênuo, ou faz o discurso do patrão, ou as três coisas... Maílson era um nome que já deveria ter sido esquecido em nome do bom jornalismo. Mas, pelo jeito, ele, ainda, agrada - e muito - aos barões da imprensa.
    Quando não é esse ex-ministro, é sempre algum "economista-chefe" de algum banco ou corretora; diretor de banco; "especialista" em mercado...Ou seja, todos representando a parte conservadora da sociedade. A parte rica. Talvez a imprensa não saiba (ou não tem interesse em saber...), mas existem bons analistas, bons economistas progressistas, do lado dos trabalhadores. Ou se faz jornalismo só pra quem é rico?
    O (literalmente) negócio desses jornalistas é: Defender o discurso/interesse do patrão. Afinal, são "sócios". Só que não. Para um dos maiores empresários da história dos EUA ( e criador da famosa linha de montagem de carros) Henry Ford, isso era muito claro no discurso dele: Empregado não é colaborador. É empregado.