segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

OTAN NÃO É BLOCO DE CARNAVAL

    


    A OTAN surgiu em 1949 e reúne, hoje, 30 países. A Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança político-militar foi criada quando o mundo mergulhava na Guerra Fria e tinha por objetivo principal "se defender" de possíveis avanços da então URSS sobre países europeus. 
    Com o fim "oficial" da Guerra Fria em 1991 (com o desmantelamento da União Soviética), os russos "garantem" que houve um acordo com os países da Europa Ocidental: A OTAN não tentaria conseguir a adesão de nações que haviam saído da extinta URSS. Dirigentes da Organização negam que tenham feito esse acordo. 
    Nessa história "Jamesbondiana" entra o (agora) presidente americano Joe Biden. No já distante 2002 (sim, 2002) ele defendeu numa votação no Senado dos EUA que a OTAN se expandisse para o leste europeu. Argumento do então senador democrata: "Isso tornaria a Europa livre".
    Essa é a justificativa de Putin pra ocupar a Ucrânia: Ele não quer um país - vizinho a ele -  como associado à OTAN. Isso representaria mais uma nação armada pelos americanos e seus aliados. Também poderia significar mísseis - ali ao lado - apontados para Moscou.
    Em entrevista ao portal Sputnik Brasil, o professor da Universidade Federal de Pelotas, Charles Pennaforte, que também é coordenador do Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos Antissistêmicos, afirmou:
    "Eu acredito que estamos assistindo agora à segunda etapa da tentativa da OTAN de chegar às fronteiras Russas. Em 2014 foi a tentativa do governo Obama, , agora, o governo Biden tentou, mais ou menos, fazer a mesma movimentação".
    O  professor também comentou:
    "No que se refere às possíveis responsabilidades, ou não, pelos eventos que estão ocorrendo na Ucrânia com a Rússia, eu acho que é uma questão exclusivamente geopolítica. Não se trata de opinião, por exemplo, minha, pró ou contra. São fatos. Analisando o mapa da Ucrânia, Leste Europeu e Rússia, vê-se uma expansão [da OTAN] em direção ao leste. Justamente sobre aqueles países que faziam uma cortina, uma cortina de ferro, uma cortina de segurança para os russos."
    Como bem explicou o mestre, o objetivo é: entender por quê ocorrem esses conflitos entre países. Apurar responsabilidades dos dois lados. Não apenas ignorar o que pode estar errado num dos lados. Não é "fechar os olhos" para o que faz um dos países.
    A OTAN surgiu com uma finalidade: proteger o avanço da mão grande da União Soviética sobre os países capitalistas da Europa. A URSS acabou. Mas os americanos "gostaram da ideia" da Organização do Atlântico Norte e decidiram mantê-la. Contiuou existindo sem a finalidade inicial. Não é bloco econômico para promover o desenvolvimento.
    Muito menos de carnaval para levar lazer aos países associados.
    Apesar disso, a imprensa ocidental tem "jogado confete" no presidente ucraniano Volodymir Zelensky.
    Parece óbvio (mas não é!): Guerra não é carnaval pra escolher uma escola de samba para "torcer".
    Mas esse enredo, pelo jeito, ainda vai longe.