sexta-feira, 13 de maio de 2022

"MISTÉRIO": QUEM MANDOU MATAR MARILYN?

    


      Em 2022 chegamos aos 60 anos da morte de Marilyn Monroe. Para lembrar a data, a Netflix acaba de lançar "O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas". Tem que ser justo com a produção. O título "não mente" nem "tenta enganar" pra conseguir audiência. Mas então o filme é uma "M"? Não. A produção garimpou muita coisa interessante.
    Entretanto, o mistério continua. Mas as gravações dão um "tempero" a mais na história. O jornalista investigativo Anthony Summers (que lançou o livro "Goddess" em 1985. Ok, faz parte do "pacote"...), ouviu cerca de mil pessoas e gravou 650 entrevistas sobre a morte da maior estrela da fase de ouro de Hollywood. 
    Detalhe: As gravações que você ouve no filme são originais. O que eles fizeram? Como eram gravações só de áudio (fitas k-7), contrataram atrizes e atores desconhecidos para dublar esses áudios. Pode parecer estranho, mas o acabamento ficou bom! Só não usaram dublê de corpo para áudios de Marilyn Monroe (por motivos óbvios). Algumas poucas falas dela "rodam" com imagem de fita. Ou... ela aparece falando em entrevistas coletivas.
    Curioso que a história caminha para encontrar uma Marilyn... comunista! Como os EUA vivia em guerra fria com a URSS e numa tensão extrema com Cuba, autoridades americanas encontraram "pelo em ovo": Investigações "concluíram" que a atriz era "de esquerda" (até pelo perfil político do ex-marido dela, Arthur Miller...) e com ligações com pessoas "comunistas" da ilha de Fidel.
    O documentário também trata da doença mental que devastou a vida da estrela, movida a barbitúricos e a remédios para dormir. Com problemas familiares desde a infância, pode ter sido abusada pelo pai. É o que o filme "dá a entender", mas de forma rápida. 
    O(s) caso(s) com os irmãos Kennedy (John e Bob) também estão lá. O pessoal do serviço secreto teria "aconselhado" aos "brothers" a se afastarem de Marilyn. Afinal, para a "inteligência" da Casa Branca, ela era uma pessoa "de esquerda", e, no travesseiro , já sabia mais do que devia sobre a política americana...
    Mas Summers não acredita em assassinato. Para ele, Marilyn Monroe morreu por falta de amor. Por um erro (ou por intenção...)  na dosagem de remédios.
    Os atrasos nas gravações, as dificuldades em decorar textos. Tudo isso tem um motivo: os problemas psíquicos dela. Muitos atores e diretores achavam que era "encrenca" trabalhar com a atriz.
    Mas Billy Wilder que a dirigiu em "Quanto Mais Quente Melhor" (1959), a comédia mais engraçada da história do cinema, resume em uma frase como era lidar com a diva da telona:
    "Eu nunca tive problemas com Marilyn Monroe. Marilyn Monroe é que teve problemas com Marilyn Monroe."