quarta-feira, 29 de junho de 2022

"A BALADA DE BUSTER SCRUGGS": OS "RELATOS SELVAGENS" DO VELHO OESTE

    


    Ambição, amor, curiosidade , ódio, violência, traição. Os irmãos  Ethan e Joel Coen demonstram a habitual competência técnica e muita criatividade para contar seis histórias que vão de um realismo absurdo à mais pura fantasia. Em "A Balada de Buster Scruggs" (EUA, 2018), folheando um livro, o filme nos conta "causos" de um pistoleiro cantor (Tim Blake Nelson); um assaltante de bancos trapalhão (James Franco); um caçador de tesouros numa espécie de corrida do ouro de um homem só (Tom Waits); um "microempresário" de espetáculos (Liam Neeson); uma caravana de colonizadores - talvez o capítulo mais trágico entre tantas tragédias...- (Zoe Kazan) ; e os caçadores de recompensas (Brendan Gleeson e Jonjo O'Neill).
    Do humor ácido, mórbido à reflexões sobre o comportamento humano nem sempre muito "racional". Os irmãos Coen usam o velho oeste pra levar o espectador a pensar sobre o nosso jeito de ser, de viver em sociedade. 
    As cenas de violência nos remetem ao cinema de Quentin Tarantino com todos aqueles exageros, deixando de ser "chocantes" para se tornarem momentos de quase uma "graça ácida". 
    Acho que a melhor descrição que alguém deu para o filme foi: "Relatos Selvagens do Velho Oeste". Na estrutura de histórias curtas, nos temas intensos, lembra muito a produção argentina que foi indicada ao Oscar de "Melhor Filme Estrangeiro" em 2015.




* O filme está disponível na Netflix.