A jornalista Mariana Kotscho resume bem - num texto para o UOL - o que deve (ou deveria...) ser a vida da criança: "Criança não trabalha e criança não é mãe". Ela se referia ao caso da menina de 11 anos de Santa Catarina, vítima de estupro, que uma juíza tentou "convencer" a não fazer um aborto. Felizmente a lei prevaleceu e a garota teve a gravidez interrompida.
Quanto ao trabalho, "a lei é clara": ANTES DOS 14 ANOS é proibido uma criança trabalhar. Sob hipótese alguma. Entre 14 e 16 anos, o jovem só pode atuar como aprendiz. Nessa condição, podem ser até 6 horas de trabalho por dia. Mas....atividade noturna, perigosa ou insalubre, nem pensar!
Há poucos dias vi esse "debate" numa roda de pessoas adultas. Alguns afirmavam: "Dizem que criança não deve trabalhar. Besteira! Eu trabalhei desde muito cedo e não morri por isso! Não virei bandido!"
"Não morreu" nem "virou bandido", mas virou esse ser humano que tem uma visão distorcida da vida e da formação das pessoas. Há fase para tudo na existência. A fase de apenas brincar; a fase de brincar e de estudar; a fase de estudar e trabalhar; a fase de apenas trabalhar; e a fase da aposentadoria.
Cada etapa precisa ser respeitada.
Outros diziam: "Ah, mas sempre fomos pobres. Precisei trabalhar ainda quando era criança!". Também está errado. A sociedade (entenda-se poder público e povo) devem evitar e denunciar esse tipo de situação. É obrigação do governo dar condições para que, numa família, as crianças apenas estudem.
E olhe que, além de forçar crianças ao trabalho - quando ainda nem têm estrutura física e mental para isso - é comum ouvirmos histórias terríveis de pais que "alugam" os filhos para que outros os explorem....
Gravidez e trabalho não combinam com a infância.
Gravidez é crime se for fruto de estupro. Mandar menores de 14 anos trabalhar também é ilegal.
