A FIFA foi direta na intimidação: Capitão de seleção que usar a braçadeira com as cores do arco-íris em solidariedade ao movimento LGBTQIA+ receberá cartão amarelo e a federação do país vai ser multada. Isso porque a FIFA faz de conta que defende direitos humanos mas quer mesmo é apoiar o Catar, país sede do Mundial.
Com isso, na manhã dessa sexta-feira, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suíça, Dinamarca e País de Gales divulgaram uma nota conjunta afirmando que seus capitães não usarão a dita braçadeira que teria, ainda, a inscrição "One Love".
Bora Pensar! amiga/amigo internauta que navega nas ondas futebolísticas da internet. Quem quer protestar... protesta! Você não vai pedir "permissão" para fazer um protesto. Aí não seria protesto!
Se fosse assim, não teriam acontecido algumas manifestações históricas. Veja que teve protesto, mas também teve ditador querendo tirar vantagem do esporte.
1. Em 1936, na Olimpíada de Berlin, Adolph Hitler queria usar os Jogos como propaganda nazista e propagar a "superioridade" ariana. Não conseguiu. O atleta negro norte-americano Jesse Owen ganhou 4 medalhas de ouro. No pódio, Owen se negou a olhar para a tribuna de Hitler. O nazistão não esperou a premiação. Foi embora antes.
2. Em 1968, na Olimpíada do México, os norte-americanos Tommie Smith (ouro) e John Carlos (bronze) subiram no pódio descalços, cabisbaixos e com o punho fechado com uma luva preta, ergueram o braço numa saudação típica dos Panteras Negras que lutavam contra a discriminação racial nos EUA. Por causa do protesto, eles foram expulsos da Vila Olímpica. Mas foram mandados embora acreditando nos princípios deles.
3. Em 1967, depois de conquistar o cinturão de ouro dos pesos pesados, o boxeador Cassius Clay mudou o nome para Muhammad Ali. Ele se converteu ao islamismo influenciado pelo ativista negro Malcolm X. Ali se recusou, alegando motivos religiosos, a defender os EUA na Guerra do Vietnã. Pela atitude, perdeu o cinturão, foi multado em 10 mil dólares e pegou 5 anos de cadeia. Apelou e foi absolvido pela Suprema Corte, para se tornar mais tarde uma lenda do esporte.
4. Em 1934, no Mundial de Futebol na Itália, o ditador Benito Mussolini queria usar a competição para propagar suas ideias fascistas. Mais ou menos o que Hitler fez em 36. A Itália foi campeã e os atletas do país eram obrigados a fazer a saudação fascista ao líder. A mensagem dele era "matar ou morrer". Em abril de 1945, Mussolini, o "Duce", foi morto por representante da organização popular "Reistência Italiana".
E dá pra lembrar ainda que, durante a ditadura militar no Brasil, o presidente general Emílio Médici usou politicamente a Copa de 70. Tinha aquela musiquinha chata: "90 milhões em ação, pra frente Brasil, salve a seleção!"
No começo da década de 80, veio o "troco" do chamado "time do povo": A "Democracia Corinthiana".
Na Copa do Catar, só faltava os jogadores pedirem: "Com licença, senhora FIFA. Podemos protestar? Não?! Então, muito obrigado!"