Foi no dia 31 de dezembro de 1958 que a Revolução Cubana colocou Fulgencio Batista (1901 - 1973) pra correr. O ditador foi destituído da Presidência por um grupo revolucionário comandado por Fidel, Raul Castro e Che Guevara. Nesse dia, Fulgencio fugiu de Cuba com 40 milhões de dólares na mala e buscou exílio na República Dominicana. Passou o resto da vida em Portugal, morando no Funchal e, depois, no Estoril. Morreu em Marbella, na Espanha, quando passeava.
Junto com ele deixaram Cuba milhares de compatriotas e muitos americanos. Boa parte, literalmente, largou tudo pra trás. Vários daqueles carros antigos, muitos conversíveis, que você vê rodando pelas ruas de Havana foram abandonados pelos fugitivos tresloucados. Havana era como um "quintal" para os americanos. A capital de Cuba fica a apenas 150 quilômetros da Flórida. Com cassinos, hotéis de luxo, restaurantes badalados, a cidade era um antro de bebedeira e muita farra nas férias e nos fins de semana.
Com a "área limpa" de tanta influência dos EUA, o comando revolucionário assumiu o poder em 1º de janeiro de 1959. Ou seja, Fulgencio "foi para Portugal e perdeu o lugar..."
Mas você sabia que a ideia inicial de Fidel & Guevara não era transformar o país numa pátria comunista? Há historiadores que afirmam: O objetivo inicial era "um país igual para todos". Mas essa "pegada comunista" veio com o apoio da União Soviética porque os americanos não teriam "dado a mínima" para o novo governo que estava se instalando. Os russos que não eram bobos nem nada, abraçaram os cubanos e colocaram esse pedaço do Caribe no bloco socialista.
Fidel já havia tentado derrubar Fulgencio em 1953, mas ele e um grupo de 160 homens falharam. Castro foi preso e condenado a 20 anos de cadeia. No ano seguinte, Batista foi reeleito e, num ato "conciliatório", libertou Castro que mudou para o México. Lá, formou o "Exército Rebelde" e um de seus comandantes era um médico argentino. Um tal Ernesto Guevara...
Fidel Castro na Presidência colocou em prática um amplo programa social e econômico com investimentos pesados na alfabetização e no acesso a saúde universal.
Mas, passado tanto tempo, para parte da população, os princípios revolucionários já não são exatamente os mesmos de 65 anos atrás. Alguns cubanos com os quais conversei dizem que, até quando Raul Castro ainda estava na Presidência em 2018, os ideais libertários lá da revolução ainda se mantinham, mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo embargo norte-americano.
Porém, nos últimos 6 anos, eles dizem que o país está formando, rapidamente, uma "sociedade desigual" com classes. Algo inimaginável para Fidel e Che.
Mesmo com problemas visíveis, benefícios ainda existem. Uma economista que é dona de um Hostal (casas onde se alugam quartos para turistas) me afirmou:
"O atendimento de saúde é de graça para todos os cubanos. Não importa a gravidade da doença. E uma criança por mais pobre que seja, pode chegar até a universidade."
Direitos garantidos.