Há exatos 40 anos (1985), a Argentina julgava e condenava militares de alto coturno pela ditadura militar sangrenta de 1976 a 1983, período que ocorreu o chamado terrorismo de Estado. Um tribunal civil julgou e condenou 9 líderes das 3 primeiras juntas militares que governaram o país. Crimes: Tortura, homicídio, privação ilegal de liberdade. De acordo com organizações de direitos humanos, cerca de 30 mil pessoas desapareceram nesses anos de chumbo. Chumbo grosso!
Essas páginas sombrias da história argentina estão contadas no filme "Argentina 1985" (2022), dirigido por Santiago Mitre e estrelado por Ricardo Darin. Está disponível no Amazon Prime Vídeo.
O Brasil sempre teve muita (muita!) dificuldade em julgar os golpistas de 1964. A anistia "ampla, geral e irrestrita", de 1979, meio que mascarou a culpa dos militares nessa história. Permitiram que exilados voltassem ao país e ficou por isso mesmo...
Agora, finalmente, militares/oficiais vão ao banco dos réus. Um ex-presidente, também. Principal acusação: Tentativa de golpe contra o estado democrático de direito.
A justiça brasileira (demorou!) faz história e dá exemplo para o planeta. Principalmente para a chamada "maior democracia do mundo". Se por lá eles tivesse feito o mesmo (denunciado, processado, julgado e condenado), o estrupício não teria voltado para o poder 4 anos depois. Estaria preso.
O julgamento do século (como já tem jornalista chamando em Brasília...) deve ter uma duração total de aproximadamente uma semana. Até sair a dosimetria da pena, ou seja, quanto tempo os golpistas ficarão em cana.
Argentina e Brasil começam a ficar - também em fatos históricos - hermanos.