sábado, 6 de setembro de 2025

LUTO NO CINEMA: A MORTE DE SÍLVIO TENDLER

   



    

     O cineasta fez alguns dos documentários históricos mais importantes do país. Entre eles, "Os anos JK" e "Jango". Dirigiu mais de 70 filmes. Sempre abordando liberdade, democracia e justiça social. Dizia usar o cinema para fazer política. 
    Sílvio Tendler morreu nessa sexta-feira, 5, aos 75 anos devido à infecção generalizada. Nasceu e morreu na cidade do Rio de Janeiro. Era chamado de "o cineasta dos vencidos" ou "o cineasta dos sonhos interrompidos" por tratar de personagens da história brasileira que tiveram projetos políticos interrompidos: Juscelino Kubitschek, João Goulart e Carlos Marighela.
    Vítima da ditadura militar, em 1970 mudou-se para o Chile, otimista com a vitória de Salvador Allende para a Presidência. Em 1972, novo destino: a França, onde foi estudar com documentaristas influentes. Em Paris, formou-se em História pela Universidade Paris VII e fez mestrado no seminário "Cinema e História". Retornou ao Brasil em 1976.
    Por aqui, fez o que chamou de "trilogia presidencial": "Os Anos JK" (1980); "Jango" (1984); "Tancredo: A Travessia" (2011).
    Também fez um filme de grande sucesso popular ao retratar Didi, Dedé, Mussum e Zacarias em "O Mundo Mágico dos Trapalhões" (1981), na época do auge do quarteto. 
    Atuou, ainda, na televisão. Produziu e codirigiu, por exemplo, a minissérie "Anos Rebeldes" (1992) na TV Globo.
    Em abril de 2025, deu uma entrevista ao jornalista Paulo Cannabrava, publicado no portal Diálogos do Sul Global, onde comenta o crescimento da extrema direita e a apatia da esquerda ao ver esse perigo:
    "Mais preocupante que as ações da extrema direita é o silêncio da esquerda.[...] Se não nos organizarmos rapidamente, temos muitas chances de perder a próxima eleição  e voltarmos a ser governados por fascistas".
    Fica o alerta. Acorda, Brasil!

    * A imagem desse texto é do Aroeira para o portal Brasil 247.