"Tenho resistência à cobrança para que artistas se posicionem. Ninguém tem que falar, porque, quando fala, tem que segurar o rojão. Não é pra todo mundo.[...] Toda forma de arte é política. [...] Vamos bulir com alguma coisa dentro de você, transformar, fazer pensar. Isso é política no meu jeito de ver. Todos os meus personagens são eu, as minhas emoções, como vejo as coisas. O que a gente ver na arte não é política. Ela está por trás".
Wagner Moura, em entrevista ao "Globo". Dia 6 de novembro estreia, em circuito nacional, o novo filme do ator, "O Agente Secreto", dirigido por Kleber Mendonça Filho.
Boa Pensar! Moura está de parabéns de se posicionar por um Brasil mais democrático, melhor para o povo. Assim como estão de parabéns os senhores Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan e Gilberto Gil (todos na casa dos 80 anos) que no domingo, 21, subiram em um carro de som no Rio de Janeiro e não tiveram medo de criticar, de condenar, a anistia e a PEC da Bandidagem. Numa idade em que poderiam estar em casa, tranquilamente, só descansando, preferiam marcar presença e sem medo de dizer o que pensam. Wagner Moura participou de ato em Salvador, ao lado de Daniela Mercury. Com toda humildade, penso um pouco diferente do ator. Por serem artistas, figuras públicas, que influenciam as pessoas, seus fãs, deveriam, sim, dizer de que lado estão. Numa situação dessas não é uma "opção" dos artistas. É uma obrigação deles. Ser uma pessoa pública tem seus ônus, bônus ( muitas vezes muito bons!) e suas obrigações.
