Jornalista e escritor, deixa uma obra importante. Foi, com certeza, nosso último grande MESTRE. Muito se fala que fulano é mestre, que fulana é mestre. "Banalizaram" o uso da palavra. No jornalismo, então... História, política, cultural geral, era com ele. Quem carrega essa "bagagem" hoje? Pouquíssimos. Dos que "aí estão", os meus preferidos são o Ruy Castro (pela monstruosa cultural musical e cinematográfica) e Jânio de Freitas (pela lucidez e conhecimentos políticos).
Infelizmente, Cony se vai e com ele, um estilo - não só de jornalismo - com aquele texto elegante, aquela educação nata, um jeito agudo, ácido, irônico de descrever a vida, mas sempre de uma forma de "fino trato" - mas, também, se despede um "estilo" de jornalista. Hoje, são raríssimos os casos de periodistas realmente cultos. Não confunda, por favor, nível educacional com cultura. O sujeito pode ter curso superior, mestrado, doc, pós-doc, falar 500 idiomas e ser um tapado.
Nossas novas gerações do Jornalismo adquirem "cultura", "informação", "conhecimento", pelo facebook. Não é só profissional da área de Comunicação, mas de qualquer uma. Você, que é jornalista, me responda: Qual o livro que você está lendo? Qual o último - ou os últimos - que você leu - e isso faz quanto tempo? Dá dó, mas é verdade: as pessoas têm mais "tempo de facebook" do que de leitura do que realmente importa. Aí você me diz: "Ah, não seja chato! Não tenho tempo!". Mas aquela meia hora (ou mais!) que você gasta por dia no FB, poderia ser usada pra ler um livro.
Na moral: jornalista virou "montador" de texto ou "montador" de reportagem. Vai tudo no automático. Quase não se pensa, quase não se escreve. E quando se escreve...
O negócio é "ser esperto", ser amigo de todo mundo - e com esse "mundo", ter foto no FB pra ganhar "likes" - ter uma carinha bonita ("sorry, periferia..." nem todos têm...) e dizer que é "jornalista"...
Carlos Heitor Cony merece ser reverenciado. Fica tranquilo que, logo logo, algum político espertalhão vai usar o nome dele pra batizar rua ou praça... de nossa parte, jornalistas, a melhor homenagem que podemos fazer é a busca, diária, pelo aprimoramento profissional.
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