sábado, 30 de agosto de 2025

LUTO NA LITERATURA: A MORTE DE LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO

                              

   Um prodígio nunca morre. Seja um menino, seja um vovô. Morre fisicamente, mas as criações, as ideias dele ficam para a eternidade. Que bom que é assim em todas as áreas do conhecimento. 
    Nesse sábado morreu o escritor Luís Fernando Veríssimo, aos 88 anos, de pneumonia, em Porto Alegre. Mas a obra dele ficará para sempre. Escreveu quase 100 livros. Foi escritor. jornalista, publicitário, cartunista, roteirista, dramaturgo, romancista, humorista e tradutor. 
    Foram muitas atividades para um homem muito tímido. A timidez dele era famosa (que sofrimento!) e até escreveu um texto sobre isso: "Carta aos Tímidos". Afirmava que não era ele que falava pouco, mas os outros que falavam muito...
    Entre suas obras mais populares estão "O Analista de Bagé" (1994); "As Cobras" ( uma série de "tirinhas" em jornais - 1975): "Comédia da Vida Privada" (seleção de contos): "Ed Mort e Outras Histórias" (1996); "As Mentiras que os Homens Contam" (2000); "Comédias para Ler na Escola" (2001); "A Mesa Voadora" (1982); "O Mundo é Bárbaro" (2008); "Comédias Brasileiras de Verão"; "O Gigolô das Palavras" (1996): "Diálogos Impossíveis" (2012).
    Veríssimo explicava que a escrita dele "era quase compulsiva". Dizia que uma ideia pintava na cabeça e ficava ali até ele a colocar no papel.  Para ele, escrever era como fazer o trabalho de um escultor. 
    Um observador do comportamento humano, irônico, é autor de muitas frases que definem a aventura humana. Aqui vão 10:

    1. "O mundo não é ruim. Só está mal frequentado".
    2. "Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas".
    3. "O futuro era melhor antigamente".
    4. "Não sei para onde caminha a humanidade. Mas quando souber, vou para o outro lado".
    5. "Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data".
    6. "No Brasil, o fundo do poço é apenas uma etapa".
    7. "Brasil: Esse estranho país de corruptos sem corruptores".
    8. "Sobre ser gaúcho: Nunca usei bombacha, não gosto de chimarrão e nem de me lembrar da última vez que subi num cavalo. Aliás, o cavalo também não gosta".
    9. "Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido".
    10. "Como em tudo na vida, no amor também é preciso moderação".

    Luís Fernando era filho do escritor Érico Veríssimo ( 1905-1975), autor, por exemplo, da trilogia "O Tempo e o Vento"; e de "Incidente em Antares".