quarta-feira, 19 de junho de 2019

AOS 74 ANOS, MORRE RUBENS EWALD FILHO, MAIOR CRÍTICO DE CINEMA DO BRASIL

    Ele afirmava que havia assistido a 37 mil (!) filmes. Numa entrevista há alguns anos (na época, ainda do videocassete...) lembro que ele disse: "Tenho dois aparelhos de VHS. Com isso, para fazer minhas críticas (e ganhar tempo...) assisto a dois filmes ao mesmo tempo".
    Dono de uma memória cinematográfica extraordinária, Rubinho (como era chamado pelos colegas) participou da transmissão de várias cerimônias da entrega do Oscar. Dava gosto vê-lo identificando os atores e atrizes quando eles fazem aquelas homenagens históricas: as imagens apareciam rapidamente e ele ia dizendo o nome da estrela e qual filme era aquele.
    Natural de Santos, onde começou a trabalhar num jornal, mudou pra São Paulo onde trabalhou nos grandes veículos de comunicação: Revista Veja, jornal "Folha de S. Paulo", Tvs Globo, SBT, Record, Cultura, Bandeirantes e RedeTV. Na HBO Brasil foi diretor de Programação e de Produção.
    Durante algumas décadas (parte dos anos 80,90 e 2000), lançou guias anuais com resumo e críticas de centenas de filmes. Sua atriz preferida? Debbie Reynolds. Rubinho também foi ator e roteirista. Entre seus trabalhos com roteiro estão novelas como: "Éramos Seis", "Iáiá Garcia" e "O Pátio das Donzelas". No cinema colaborou roteirizando algumas pornochanchadas: "A Árvore dos Sexos" e "Elas são do Baralho" são dois exemplos.
    Como ator participou de alguns filmes. Entre eles, "Independência ou Morte", "Amor Estranho Amor" (aquele polêmico filme com Xuxa, a "rainha dos baixinhos") e "As Gatinhas".
    No teatro dirigiu peças como: "O Amante de Lady Chatterley", "Querido Mundo" ( de Miguel Falabella) e "Doce Veneno" (adaptação do livro de Bruna Surfistinha).
    Rubinho também escreveu um livro: "O Oscar e Eu".
    Rubens Ewald Filho estava com 74 anos e tinha problemas cardíacos. Em maio, desmaiou na escada rolante de um shopping e caiu um tombo. Ficou internado durante quase um mês na UTI. Morreu nessa quarta-feira, 19 de junho.
    O maior crítico de cinema do Brasil definia assim seu amor pela sétima arte:
     "Eu carrego uma bandeira de amor ao cinema e sou um entusiasmado. O cinema sempre foi um grande companheiro, que nunca me abandonou. Ele nos ajuda a viver e a sonhar".



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