Precisou de um ano e quatro meses para descobrir que o "seu Jair" não estava entusiasmado com a ideia de combater a corrupção. Também, naquele estado que continua lindo em fevereiro e março e nos outros meses do ano, o Messias anda sobre as águas da baía poluída e transforma água suja em vinho batizado. Há, também, que dar o pão para a milícia nossa de cada dia.
Mas é compreensível que Moro não tivesse percebido essa, digamos, bipolaridade do ex-capitão. Afinal, o ex-super-herói de Curitiba estava mais preocupado em relembrar como mandou pra cadeia (sem provas, só com "evidências" - aí me lembro de outros paranaenses, Chitãozinho & Xororó) aquele ex-presidente que terminou o mandato com 87% de aprovação popular segundo o Ibope. E uma rachadinha aqui, outra ali, um Queiroz em fuga acolá são coisas muito pequenas pra se preocupar. Também o caso dos laranjas de Minas foi um suco amargo que o ex-togado engoliu e não fez cara feia. Viu o Coaf (que mais parece nome de empresa do setor automotivo) escapar por entre os dedos e simplesmente se calou.
Pratica a doutrina do "Cerca-Lourenço" como poucos. Nessa engenharia política, projetou duas estradas. Uma mais curta, com destino ao STF. Outra, um pouco mais longa, com final só em 2022. Uma constatação: é melhor formado em "Cerca-Lourençês" do que em "Português".
O primeiro caminho já foi interrompido. Brigou com o dono do trator que basculou em cima dele uma carga de impropérios. Mas 2022 é logo ali. Espera contar com o apoio do globo e de outros planetas, se precisar, pra "chegar lá".
Só precisa melhorar os argumentos. Arrumar argumentos.