quinta-feira, 5 de novembro de 2020

RPC: EMPRESA COMEMORA 60 ANOS MANDANDO EMBORA JORNALISTAS

    


    Que jeito ordinário de comemorar um aniversário, hein?! Há pouquíssimos dias, empregado que exibia feliz o crachá da firma e dizia que sentia orgulho de fazer parte "do time" nos 60 anos da organização, hoje está no olho da rua. Foi mandado embora. "Partiu em busca de novos desafios", como gostam de afirmar os burocratas. 
    Um dos mais experientes e respeitados jornalistas do estado, definiu bem a situação: "Tudo isso é muito triste. Gente, famílias perdendo o emprego em plena pandemia com o mercado todo fechado". Pois é, segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, mais de dez jornalistas perderam o emprego (fora funcionários de outras atividades...). 
    Veja bem:  Não estamos falando de uma banquinha de bananas ali da esquina. Falamos do maior (ainda) grupo de comunicação do estado. É óbvio que se essas demissões não fosse feitas o grupo não iria quebrar. A economia do país vai mal? Sim! Mas a empresa poderia atravessar essa tempestade (sem possibilidade de naufrágio) abraçada a esses empregados demitidos. 
    O "problema" nem sempre é risco de fechar. Em muitas organizações, o "problema" é diminuir o lucro dos acionistas, mesmo que de maneira eventual. 
    O sindicato ainda faz um alerta: Tão grave quanto o GRPCOM (dono da RPCTV) mandar embora tanta gente, é manter contratado o colunista da Gazeta do Povo, Rodrigo Constantino. O sujeito já foi demitido da rádio Jovem Pan por fazer apologia ao estupro.
    Veja o comunicado do Sindicato dos Jornalistas do PR:

GRPCOM DEMITE MAIS DE DEZ JORNALISTAS, MAS MANTÉM COLUNISTA QUE DEFENDE ESTUPRO
A RPC TV, do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), demitiu nesta quarta-feira (4) mais de dez jornalistas em Curitiba, Maringá, Cascavel e Paranavaí. Segundo informações apuradas junto a profissionais da empresa, que está em plena comemoração de seus 60 anos, alguns postos na capital paranaense devem ser preenchidos, em data ainda não especificada. Não há, contudo, garantias de quantos. No interior, não se fala em reposição.
Por outro lado, o colunista Rodrigo Constantino, do jornal Gazeta do Povo, também do grupo, que durante live e postagens nas redes sociais nesta mesma data fez apologia ao estupro, afirmando que, se a filha sofresse violência sexual, em determinada situação não faria a denúncia, segue atuando no grupo. A Gazeta do Povo até o momento não se manifestou a respeito. Constantino foi desligado da Jovem Pan, após repercussão do caso.
Os sindicatos dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) e do Norte do Paraná e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lamentam as demissões, registradas em plena pandemia, logo após o fim da estabilidade que é prevista em acordos para redução de salários e jornadas.
As entidades repudiam a opção do grupo por manter em seus quadros um colunista desse "gabarito", enquanto dispensa profissionais com anos de dedicação e serviços prestados à empresa.
   

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