O senador (senador!) Magno Malta (PL-ES) relativizou as ofensas raciais que Vinicius Junior sofreu domingo na Espanha. O político bolsonarista até fez pirraça com o caso ao afirmar que faltaram os "defensores dos macacos". E disse mais, o senador que é negro, brincando com o fato do jogador do Real Madrid ter sido chamado de "macaco" por parte da torcida do Valência: "Eu entraria em campo com uma leitoinha branca nos braços e beijaria o animal para provar que não tenho nada contra os brancos".
O PSOL já avisou: Vai ao STF e ao Conselho de Ética do Senado contra Malta pela prática de racismo. O partido também anunciou uma queixa-crime contra o político no STF.
O racismo está estruturado em todo o planeta há muitos anos. Processar e prender os racistas é uma solução. Mas não a principal. Segundo os especialistas em Pedagogia, tudo deve começar em casa na educação das crianças.
Quem trabalha com comunicação e com atividades do espetáculo e artísticas tem uma responsabilidade grande nisso. Veja o caso de quem está na área do humor. Léo Lins (que, sinceramente, até então não tinha a menor noção de quem era...) montou um "show" com várias "piadas". Entre elas, racistas e relacionadas à pedofilia, por exemplo. Tirava sarro de negros "preguiçosos", segundo ele, e de transgressões que envolviam pedófilos.
Com o tsunami de críticas que recebeu (até o Ministério Público foi acionado pra conter as barbaridades...), veio o apoio da "classe artística" a Lins. Pelo menos do Porchat. De uma forma rasa, esse humorista simplesmente afirmou que "quem não gosta desse tipo de piada não deve ir ao show". Ao ver que foi uma fala totalmente equivocada, reconheceu falta de inteligência ao tratar de assunto tão sério num "comentário" na rede social.
Fazer piada sobre negros, gays, velhos, gordos é incentivar um crime de preconceito. Alguns (como Lins e Porchat) dirão: "Mas se proibir, como a gente vai fazer comédia?"
Bem, se não consegue fazer piada sem ser preconceituoso, muda de profissão.
