Formada em Letras/Inglês em Berkeley, logo após pegar o diploma, venceu um concurso pra ser cronista da revista Vogue. Poderia escolher entre morar em Nova York ou em Paris. Escolheu a "capital do mundo", N.Y., e saiu do interior da Califórnia. Em resumo é esse o começo da vida profissional de uma das melhores (talvez a melhor...) escritora norte-americana do século 20.
Joan Didion é mais: escreveu livros e crônicas, mas, também, roteiros de filmes e peças de teatro. Sua ligação com o mundo da dramaturgia tinha que dar certo. O carpinteiro que reformou a casa de praia dela e do marido (o também escritor John Gregory Dunne) na Califórnia, era um sujeito desconhecido. Um tal de... Harrison Ford. Sim! Antes de virar um astro de proporções estratosféricas, Ford deu suas marteladas por aí, construindo e reformando casas...
Os almoços que o casal Joan/John fazia eram concorridos. Passavam por lá (desde os anos 70) "apenas" Martin Scorsese, Steven Spielberg, Francis Ford Coppola....quem também era chegado no rango dos escritores era o ator/galã Warren Beatty. Ele era apaixonado por Joan (o marido dela sabia, mas também sabia que Joan era fiel...). Beatty sempre pedia para uma amiga que organizava a mesa: "Me coloque numa cadeira ao lado da Joan!"
Infelizmente a vida da cronista foi marcada por duas grandes tragédias. A primeira, a morte do marido, em 2003. E, em 2005, a morte da filha, Quintana (que era adotada) de apenas 39 anos, vítima de uma doença grave não revelada. Com a morte do marido, Joan escreveu o livro "O Ano do Pensamento Mágico". Depois de perder a filha, fez "Noites Azuis".
Em 2013, o então presidente Barack Obama a premiou com a "National Medal of Arts". Na cerimônia da entrega, Obama disse: "Estou surpreso porque ela ainda não ganhou esse prêmio". Na época, a romancista estava com 79 anos.
Com o marido John e a filha Quintana, na casa reformada por Harrison Ford
Harrison Ford, o carpinteiro
Didion escreveu 22 obras entre não-ficção, ficção, roteiros e peças. Viúva, hoje vive em Nova York.
A romancista é autora de algumas frases. Por exemplo, quando não se pode ter tudo na vida:
"Você precisa escolher os lugares dos quais não irá se afastar".
Ou... as mudanças em nossas vidas que uma existência longa pode causar:
"Eu já perdi contato com algumas pessoas que eu costumava ser".
Obs: A vida - em detalhes - de Joan Didion está num documentário da Netflix, produzido por um sobrinho dela.