Na volta aos trabalhos do STF depois do recesso de julho, o ministro Alexandre de Moras falou sobre as sanções que sofreu de "Tramp". Disse que vai ignorar a tal lei Magnitsky e "continuar trabalhando". E trabalho não vai faltar no segundo semestre. Eles vão julgar Bozo (PL) e o clã dele por tentativa de golpe no 8 de janeiro. O presidente do Supremo Tribunal Federal também se manifestou. Também o decano do tribunal, Gilmar Mendes.
ALEXANDRE DE MORAES
"Acham que estão lidando com pessoas da laia deles, acham que estão lidando também com milicianos, mas não estão. Estão lidando com ministros da Suprema Corte Brasileira. Engana-se essa organização ao esperar que a permanência e continuidade dessa torpe coação possa, de alguma forma, gerar uma covarde rendição dos poderes constituídos brasileiros."
"Covarde, porque esses brasileiros pseudopatriotas encontram-se foragidos e escondidos fora do território nacional. Não tiveram coragem de continuar no território nacional".
"Essas condutas dessa organização criminosa caracterizam claros e expressos atos executórios de traição ao Brasil."
"Esses réus investigados brasileiros que estão induzindo, instigando e auxiliando a prática dessas condutas nefastas contra a sociedade brasileira, criminosas contra as autoridades públicas, não estão só ameaçando, coagindo autoridades públicas, ministros do Supremo Tribunal Federal. Também fazem isso diariamente nas redes sociais ameaçando as famílias dos ministros do Supremo Tribunal Federal, do Procurador-Geral da República, em uma atitude costumeiramente afeita a milicianos do submundo do crime, que atacam as autoridades os familiares das autoridades."
"Pasmem um dos brasileiros investigado e foragido, recentemente, nessa semana dirigiu ameaças diretas aos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre. Ou votam anistia, ou as tarifas vão continuar."
GILMAR MENDES
"As censuras que têm sido dirigidas ao ministro Alexandre, na sua grande maioria, partem de radicais que buscam interditar o funcionamento do Judiciário e, com isso, manietar as instituições fundamentais de uma democracia liberal."
"Não é segredo a ninguém que os ataques à nossa soberania foram estimulados por radicais inconformados com a derrota política do seu grupo nas últimas eleições presidenciais. Entre eles, um deputado [Eduardo Bolsonaro] que na linha de frente do entreguismo fugiu do país para covardemente difundir aleivosias contra o Supremo Tribunal Federal, um verdadeiro ato de lesa-pátria."
"A mera perspectiva de que elas [as big techs] possam vir a ter deveres triviais -- os mesmos que já são exigidos de todas as empresas que operam no Brasil -- despertou lobbies poderosos. Esses agentes reagem agora, para tentar, em vão, dobrar o Tribunal e o governo brasileiro aos seus caprichos e aos seus interesses econômicos. Este Supremo Tribunal Federal não se dobra a intimidações."
"Uma turba insana [no 8 de janeiro] rompeu barreiras de contenção montadas pela PM perto da catedral. Marchou em direção à sede dos 3 poderes e tomou os prédios públicos com violência. As imagens da destruição, truculência e incivilidade, amplamente divulgadas pelas mídias nacional e internacional, provocam sentimento de vergonha e indignação do povo brasileiro".
LUÍS ROBERTO BARROSO
"Nós somos um dos poucos casos no mundo em que um tribunal, ao lado da sociedade civil, da imprensa e de parte da classe política, conseguiu evitar uma grave erosão democrática, sem nenhum abalo às instituições."
"Quem ganha as eleições leva. Quem perde pode tentar ganhar nas eleições seguintes. E, quem quer que ganhe, precisa respeitar as regras do jogo e os direitos fundamentais de todos. Isso é que é uma democracia constitucional. Essa é a nossa causa, essa é a nossa fé racional, e, como toda fé sinceramente cultivada, não pode ser negociada."
" Faz-se aqui o reconhecimento ao relator das diversas ações penais, ministro Alexandre de Moraes.[...] Nem todos compreendem os riscos que o país correu e a importância de uma atuação firme e rigorosa, mas sempre dentro do devido processo legal. Em contraste com o passado, que nem vai tão longe, cabe registrar aqui."
"Nós somos um dos poucos casos no mundo em que um tribunal, ao lado da sociedade civil, da imprensa e de parte da classe política, conseguiu evitar uma grave erosão democrática, sem nenhum abalo às instituições."